segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E nessa infame terra de mortos vivos Insisto em existir ...Pra provar minha existência







Aqui absorta em meu próprio mundo
Mundo esse que criei
 Das minhas angustias e solidões
Tristezas e decepções...
Intempérie de emoções
Nunca exigi ser amada por ninguém
O amor que dedico àqueles que amo
 Já fala por todos
Sinto ambivalência nas pessoas que amo...
Ninguém é perfeito
Muito menos eu...
Por isso vem o sentimento de ambivalência
Estou derrotada
 Triturada...
Numa gigantesca máquina
 De fabricar sofrimento
Minha família.
 Aquela que vem do meu pai
Há... A família que desde criança
 Eu sonhava como se fosse algo inatingível
Mas quando se tornou atingível
Eu caio da escada da ilusão
Quebrei todos os meus ossos e o coração
Meu pai... Sim meu pai
 Aquele que me jogou no mundo
 Como um resto de sêmen maldito
Eu repito não pedi pra nascer
Nem vou te agradecer por isso...
Meu ordinário pai
Ao encontrar ele...
 Depois de tanto tempo
Avisou-me que eu não nasci...
Talvez eu seja um aborto estranho
 Que sobreviveu a própria morte
Um zumbi das florestas negras e assombradas
Uma filha do amanhã que não veio
Um pote velho de centeio
Um vampiro do final das madrugadas
Ate meus meio irmãos tem vergonha de mim
Tratam-me como aberração da natureza
Alguém que se realmente nasceu
Ninguém tem certeza
E nessa infame terra de mortos vivos
Insisto em existir
Pra provar minha existência
Esperando o fim do meu começo
Por algo que desconheço





P. S. Ao meu quase pai e meus quase irmãos
Essa quase homenagem
Porque eu quase não nasci


Pena que não exista justiça


Anna Karenina

Aqueles que acharem que estou pagando o pecado da minha mãe,pensando que fui filha ilegitima
eu digo...
sou a mais velha e meu pai era casado com minha mãe
os outros vieram anos depois...

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