segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando eu cruzar o rio da morte




Cá estou eu... Sentindo frio nessa tarde de calor sufocante
A febre me envolve com seu manto quente
Eu respiro com dificuldade como um prematuro ao nascer
As fantasmagóricas sombras me cercam
Deixam me sem caminho
Nada posso fazer pra sair desse esconderijo funesto que eu mesma criei
As vezes sinto que existir me foi negado
E eu sombra do pecado insisti e estou aqui
Há muita vegetação nesse caminho
Lilases e rosas sem espinhos
São flores que plantei pra mim
Pra enfeitar a minha sombra
Quando eu cruzar o rio da morte
La ficarei esperando que as águas me purifiquem
La ficarei alerta ao som do trovão
As chuvas de novembro chegaram e ainda não plantei meu chão
Estou descoberta como a relva ao ficar molhada pelo sereno da noite
Respiro com dificuldade
O suor me molha o corpo dolorido
Já sonhei demais
Alço meu vôo no infinito
Com asas de branca pomba
Pois agora eu quero paz


Anna karenina

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