quarta-feira, 3 de março de 2010

escrever...


No escrever há liberdade
Mesmo que se escreva e depois rasgue
Mas a liberdade já foi uma conquista
Escrevendo eu saio de casa, do meu país
Vou aonde quiser...
Sou dona do meu nariz
Escrevendo eu oro a Deus,
 Eu comungo com o divino
Eu me sinto intimo com o Senhor
Na escrita revelo meu eu
 O eu que nunca aceitei
E muitos eus que ainda virão
Escrevendo eu deságuo
 A alma e o coração
Posso gritar sem incomodar
 A não ser que alguém leia
 Meu escrito em forma de grito
Eu sonho que sou rainha
Cinderela ou uma simples folhinha
Ao escrever não sinto pudor
 De me expor e me desencantar
Escrevo pra não chorar...
As letras saem em formas de lágrimas
De aflição, felicidade ou indignação
Se escrever sò para mim
 Sou sovina sem coração
Tenho que escrever
 Pra o mundo então...
Muitos que esperam por uma luz
O concertar de uma situação
Podem achar em meus escritos
Vitórias ou destruição
 Verdades de muito além
Escrever é perigoso...
Quando se aniquila alguém


Anna Karenina

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