sexta-feira, 24 de setembro de 2010

navio de flores


Lembro-me
Que já adianta a hora
Temos de navegar
Levantar bandeira branca
Sentir o vento assoviar

Cortar as folhas das acácias
Quando vão amarelar
Sentir o tempo que passa
O navio que vai chegar

Um navio cheio de flores
De alegria e saudade
A hora da imaginação
O tempo da solução

Os nossos temores
São nossos
Mas devemos compartilhar
Nos mares da vida e do medo
Sempre, sempre
A navegar

Acharemos no caminho
A promessa
A direção
O horizonte a chamar
Nossas vidas a contar

Nosso supremo segredo
Nossos antigos amores
Embarcaremos
Todos juntos
Nesse navio de flores

Anna Karenina

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Plantações de lírios

Juntemos nossas
Plantações de lírios
Todos temos uma...
Esqueça a desconfiança
Ela provoca delírios
Procure a certeza
Use as cartas
Sobre a mesa
Ame as coisas de valor
Não de trégua pra tristeza
Encontre um amor

Anna k

E agora?


E agora?
Não deixe o vento colher suas flores
Não deixe o tempo que passa
Consumir seus amores

Anna k

Desabafo


Desabafe sua alma
Na garganta há um nó
Ele aperta sem dó...

Anna k

campos de trigo


Não deixe o ocaso chegar
Com você ainda irado
Não despreze a mão amiga
Porque a tem odiado
Olhe os campos de trigo
Alimentam nações
Ninguém os agradece
Mas sempre as colheitas
Na terra inteira, permanecem

Anna k

útero da grande mãe


Estou no centro da terra
No útero da grande mãe
Esperando
Que anjos do infinito
Venham me encontrar
Encolho-me
Em posição fetal
Enfrentar o mal
Medo letal
Nas profundezas desse abismo
Útero materno
Da terra
Nosso primeiro estar
Estaremos de volta
A terra macia e agonia
Terra, terra
Qual tua magia
Somo-nos da tua poeira
Da tua mesma sorte
Um dia nos há de sepultar
Terra nascimento
E morte...

Anna k

êxodo


A poeira subia
O sol escaldante
A fúria dos ventos
A noite intrigante
Na defesa da alma
Na procura de um chão
Seguem sem sentir
Do Poderoso a mão

São dias tão longos
Entre o frio e o calor
Crianças chorando
O peso da dor

Em busca da terra
Que mel e leite correm
Assim peregrinos
Do sul e do norte

Às vezes cansados
Descansam na sombra
A sede arrasa
A mão toca a rocha
A água que brota

São filhos são pais
Que fogem da luta
Do mal e do medo
Mas guardam segredos

De fé e esperança
Nem todos ouviram
Às vezes erraram
Antes da conquista

E assim gerações
Seguiram a luz
Num êxodo total
Entre o bem e o mal

Anna k

esconderijo



Antes do por do sol
Ainda que a chuva não cesse
Entrarei na mala vazia de âmbar
As fechaduras são a prisão
O desânimo total ao chegar o sol
Sou livre das atitudes nefastas
Que odeia minha alma
Sentir a luz vacilante
De uma vela
A apagar

Anna k

domingo, 5 de setembro de 2010

o medo que nÃO GOSTAMOS DE MOSTRAR

Somos as flores do tempo
Lamentos sentidos
Do sim e do não
Somos as folhas do outono
Que muitos não sabem
Alcançar-se-ão
Somos o vale de lágrimas
Dos mares e rios
Da terra sem dó
Somos as gotas de orvalho
Jogadas na terra
Pelo Criador
Somos os seres benditos
Às vezes malditos
Somos furacão
Somos a doçura do mel
Da abelha rainha
Da cera o zangão
Sempre alertas na paz
Espiam a guerra
Pra não nos unir
Em torno do grito hediondo
Da morte das sombras
Dragões a explodir
Lemos na face dos outros
O medo que não
Gostamos de mostrar
Somos a corredeira
De um rio sem destino
Correndo
Pro mar...

Anna k

a dança da vida

Escrevi sobre
O temperamento humano
Ondas que vem e que vão
Ora altas, ora baixas
Mas ondas sempre serão
Alegria e tristeza
Entrelaçam-se
Nessa dança pitoresca
Onde a música
È silenciosa
Noite alta
Lua cheia
Ondas vagueiam na imensidão
Noite escura
Lua nova
Ondas bravias estão
Somos ondas
Vacilantes
Num constante bailar
Vibramos na esperança
Nossa música
Singular...

Anna Karenina

flores no verão


Era primavera
Não me lembro por que
Afinal era setembro
Por isso era primavera...
Não sei...
Era a estação
Onde flores aparecem
Outono ou inverno
As flores não se vão
Mas era primavera
Setembro?
Não... Era inicio de verão

Anna Karenina

serpente no cio

Quem era eu
Naquelas tardes douradas de verão
Onde encontrei
Esse amargo coração
Um ninho de pássaros
Uma flor
Um pirilampo
Uma gramínea verdejante
Capim da esperança
Quem era eu nos meus tempos de criança
Alguém talvez
Que perdeu as esperanças
Um lágrima não derramada
Uma saudade escondida
Uma decepção da vida
Um viver sem paz
Era eu a vida de pedra e flores
Era uma gruta de água nascente de um rio
Era a serpente
Um animal no cio
Era a corrente
Do vento do estio
Quando a chuva não regressa
A seiva verde da terra
Mata a árvore desperta
Deixando o cheiro da fumaça
Área queimada
Terra deserta

Anna Karenina

visões

A ladeira
O chão batido
Sem sentimentos
Verão florido
Eram as rosas
Rosas do asfalto
Flores do sereno
Barro vermelho
Mostrando as veias
Límpido espelho
Mãos vermelhas
E o sangue derramado
Caro amor
Amor contido
Silencio branco
Vermelho no vestido
Existe luar na rua
Escuridão na selva nua

Anna Karenina

sábado, 4 de setembro de 2010

Farah Diba


Farah Diba, durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em 30 de Maio de 1972




Farah Pahlavi (nascida a 4 de Outubro de 1938 em Teerão, Irão) foi a
última imperatriz do Irão (conhecida como Farah Diba) foi a terceira
esposa de Mohammad Reza Pahlavi e a última (e única moderna) Shahbanu
(Imperatriz) da Pérsia.

Foi coroada Rainha pelo casamento com o Xá em 1959, e em 1967 foi a
primeira Imperatriz do Irão a ser coroada nos tempos modernos. O fim da
monarquia em 1979 fez com que fosse a última Imperatriz.

Nasceu em Teerão, única filha de Sohrab Diba e Farideh Diba. Seu pai era
um militar cuja família era originária do Azerbajão Iraniano. Ele
faleceu quando ela ainda era criança. Sua mãe supervisionou sua
educação: Farah estudou na escola francesa de Terã e na École Spéciale
d'Architecture, em Paris, onde foi aluna de Albert Besson. Enquanto
estudante, foi apresentada ao Xá Mohammed Reza Pahlavi pelo então genro
do mesmo, Ardeshir Zahedi. Após algum tempo, o Xá a pediu em casamento, e
os dois contraíram núpcias em 21 de dezembro de 1959. Com o Xá, Farah
deu à luz quatro filho:

* Reza Cyrus Pahlavi (30 de outubro de 1960)
* Farahnaz Pahlavi (12 de março de 1963)
* Ali Reza Pahlavi (28 de abril de 1966)
* Leila Pahlavi (27 de março de 1970 - 10 de junho de 2001)

Após a revolução iraniana de 1979, ela acompanhou o marido no exílio,
até que ele morresse, em 27 de julho de 1980. Farah atualmente reside em
Connecticut, EUA e em Paris, França.
Farah Pahlavi recentemente lançou um livro sobre seu casamento com o Xá,
cujo título em inglês é An Enduring Love: My Life with the Shah- A
Memoir.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Hipocrisia...

Hipocrisia...
Ela mora nos escombros
Nas madrugadas das noites frias
A espera da sua presa
Estraçalha com finos dentes
Mata a alma da gente
Como o fio de uma navalha
Ela se transforma em rainha
Em rei de glorioso poder
Ate tudo fenecer
Disfarça o rosto sombrio
Encostado em mármore frio
A rir da miséria alheia
Ela é tudo de ruim no mundo
Mata, mente e apavora
Vê a presa no espelho
Com grandes olhos vermelhos
De inveja e despudor
Depois veste alva cambraia
E quando o sol desmaia
Diz-se ser o amor...


Anna Karenina
Poetisa descalça

orquestra muda


imagem web


Calou- se o sábio
Calou- se o tolo
A orquestra agora muda
Ouvindo seu próprio silencio


anna k

eu sumi..

Eu sumi...
Sumi pra não ver a cara do tempo
Nem sentir o toque do vento
Nem sentir que nasci
Sumi como some a primavera
Deixando luas em espera
Realmente eu sumi...

Anna k

a pequenez

Não to triste
Decepcionada talvez
Com a pequenez
Que nos tratam
Alguns humanos
Todos querem estar no topo
Mas nem todos estão
Então cantam a canção
Do vou ferrar você de vez


Anna k

arena da vida

Perder na arena da vida
Ganhar na arena da morte
Oh cego que na torre
Vigia os mortos
Lembra-te dos vivos
Sente a ponta da lança
Cortar tua inútil garganta
E foge sem ser visto
Há perigo na matilha
Os lobos já acordaram
Devoram a dama das águas
Há perigo no horizonte
O sol ensanguentado de ironia
Sorri, chora
A ele o incauto implora
Livra-me dessa agonia

Anna k

Não destrua os meus sonhos

Não mate
Minha esperança
Ela é muito sofrida
Como um renovo
Que tenta nascer
De uma arvore
Quase sem vida

Não destrua os meus sonhos
Nunca destruí os seus
Pois eles a mim pertencem
Não me impeça de sonhar
Quem não sonha já morreu

Anna k

Poeta de coração

Não sou nada
E assim eu vou
Vivendo minhas mazelas
Eu nasci assim
eu sou sempre assim
Como dizia Gabriela

Mas estou contente
Mais do que sorridente
Eu tenho o meu quinhão

Escrevo demais da conta
Mas não é da conta de ninguém
Eu tenho nas veias a seiva
Da poesia nata
O que muitos não tem
Daquela sem nenhum arranjo
Tipo bicho bravo da mata

Prefiro ser humilde
Até mesmo ignorante
Vou avante
Meus pés sabem o caminho
Não me pesa o coração

Prefiro ser gente humilde
Fazer o que da na cabeça
Ser mesmo
Aquela metamorfose
Ambulante
Instigante

Mas não ter opiniões
Formadas sobre o que não sei
Ninguém aqui é rei
Nem nada sabe

Eu sou assim
Poeta de coração
Filha de doce canção
Pelo menos sei quem sou

Não sou irreal, prepotente
Como um bando de gente
Que nem sabem o que são



Anna k

nas asas da lua

Navegando nas asas da lua
Entre estrelas e constelações
Nas planícies do vasto infinito
O meu cantar aflito
O som de mais uma oração
Se os anjos acordam agora
Suas vozes em uníssona canção


Anna karenina

a rosa rubra

Ao florescer a rosa rubra
Contamos os dias do mundo
Seremos monges vitais
Contaremos os segundos
No cata-vento do tempo
Nas rosas orientais
Deixamos-nos navegar
Somos todos imortais
Somos colhedores de flores
Simples cavadores do chão
Realezas sem coroa
Somos estrelas
Fronteiras
Guerras frias
Guerras quentes
O poder da magia
Derrame de sangue inocente
Podemos a nós curar
Sem deixar o mundo doente
Quando florescer
A rosa rubra dos ventos...

Anna Karenina

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A mensagem das flores

As flores nos avisam, que é tempo de amar
Tempo, de renovação e de saber perdoar
Lançam seu doce perfume, pela brisa até o mar
As flores cantam alto, a paz que todos pedimos
Deixando-nos, um exemplo de que mortas nunca estão
Que em outras primaveras, novas flores surgirão


Anna Karenina
Poetisa descalça

A porta

Eu bem que poderia esperar
o mar e o rio
secarem
As estrelas de o céu caírem
E os deuses se afogarem

Assim mostraria a todos
onde mora a hipocrisia
O amargor e o desamor
Se fingir, finja que finge
Você não é a esfinge...

Que nos da enigmas torpes
Nem tampouco paradigmas
Aceite seu lado mal
Nem aponte no portal
A porta aberta de alguém
Feche a sua porta também
Pois na abertura da porta
Pode surgir o alem


Anna Karenina
Poetisa descalça

minha partida

Estou partindo agora
Voltarei em muitas luas
Quando a neve derreter
A flor de o campo nascer
As folhas dos frutos de ouro
Se tornarem amarelas
E o sol lindo tesouro
Se tornar uma aquarela
Não me espere è muito tarde
Pra gente dizer adeus
Se contente com meus beijos
Contentarei-me
Com os teus

Anna k

um tempo

Preciso dar um tempo
Pra terminar
O que comecei
Sairei na manhãzinha
Quando no horizonte
O sol surgir
Levarei saudades
Saudades não deixarei
Eu voltei
Pra conferir
A verdadeira amizade
Não foi isso o que senti
Vou dar um tempo pra mim
E o tempo todo pra ti

Anna Karenina


http://depressaoepoesia.ning.com/
Depressão e Poesia...Patrocínio Wego saúde‏

ETERNAMENTE PENÈLOPE

Sou uma musica triste
No amanhecer
A insistência em viver
Nos tornados da vida
Nas noites mal dormidas
Sou o clamor de Penélope
Enquanto seu amado
Não retorna
A chuva do inverno acaricia
Meu corpo inquieto
Sou uma mensagem não enviada
Da terra dos sonhos e ilusões
Eu sou fada

Anna Karenina

Meus versos malditos

Meus versos malditos
Jamais foram escritos
Estavam na prisão...
A vida os soltou... O cadeado quebrou
Eu agora sou livre então
Passei da humildade até da orfandade
Da meiguice inquieta a viver sempre alerta
Sem pegar em qualquer Mão
Meus malditos versos formam um manifesto
Pra não viver na escuridão


Anna Karenina

flores do inverno

Escrevi sobre flores
Flores do inverno
São damas mimosas
Com vestes majestosas
Flores da invernada
São flores da geada
Que sobrevivem alem do tempo
Não enfeitam nenhum altar
Sentem o beijo do vento

O sabor da branca neve
Que a seus pés vem se derramar


Anna karenina
Poetisa descalça

Morreu minha poesia

Luto, com meus antigos retratos
Feitos de poeira e mato
Pra fazer voltar ao espaço
A poesia... Que um dia era eu
A sombra ,que cobriu minha alma
O desencanto, que me trouxe a escuridão
Morreu minha poesia
Nessa noite de verão...
O luto se entranhou em meu ser
Como é difícil viver
...sem querer
Matando minha calma... A minha poesia feneceu
Nas mãos, de um falso semideus


Anna Karenina
Poetisa descalça

Vampiros??//Eles existem sim...



Quem disse ,que vampiros não existem?
Eles existem e podem estar muito perto de você
Tudo ou todos que nos tiram a harmonia, nossa alegria
Pode ser considerado um vampiro
Grandes ,são os meios deles te vampirizar
Vampiro não bebe sangue, ele estraçalha almas
Tira a sua inspiração, joga sua alma no chão
Quantas vezes, estamos em nosso caminho
E nos deparamos com vampiros...
Eles atacam, tiram teu valor
Seu poder è enlouquecedor
Deixam-te no chão e levam tua emoção
Encontramos vampiros, no ambiente familiar
Entre amigos...
Vizinhos e às vezes aparecem do nada
Somente para infernizar
Contra todos te colocar
Sugam teu poder, levam tua voz
E você, fica quieto sem gritar
Seus sonhos terminam ali
A menos que tenha forças para levantar
Por isso tome cuidado...
Os vampiros, podem estar em qualquer lugar
Não é somente uma história vulgar


Anna Karenina
Poetisa descalça

Aos vampiros, que já passaram pela minha vida
vocês não me venceram

SINGULAR

SINGULAR, PERFEITAMENTE
SINGULAR...
OLHE PARA TRÁS, O TEU ESPELHO TE DENUNCIA
AS VERDADES CONFUSAS, QUE UM DIA TE ENSINARAM
NÃO ERAM VERDADES
TÃO SOMENTE MENTIRAS
COMO PAPEL DE SEDA BRANCO
CORTE- AS E AS FAÇA EM TIRAS


ANNA KARENINA

covardia

Siga em frente
Não olhe para traz
A vida não espera por ninguém
Seja você mesma
Veja alem do alem
Não imite não exite
Em mostrar o ser você

Veja das coisas o lado melhor
Não existe você só
Nem só você existe


Veja as nuvens formam um bando
Mas quando se espalham
Voltam a ser sozinhas
E para a chuva caminham

Levanta a coragem
Que trouxe um dia quando nasceu
Porque ninguém nasce covarde
Nem você, nem eu


Anna Karenina
Poetisa descalça

Agora pertenço ao mar

Não quero absolvição
Dos meus pecados confessos
Quero o segredo das horas
Do tempo eu quero apenas
Do cadeado a chave
O enigma da existência
A morada da maldade
Que até hoje me assombra
Quero o murmúrio do arroio
Do mar eu quero as ondas
Afogar-me nessa espuma
Sentir a morte chegar
Girando assim como a terra
E no fundo descansar
Onde há montanhas eternas
Gritos de monstros marinhos
Não mais voltar a superfície
Nem precisa me chamar
Agora pertenço ao mar


Anna Karenina
Poetisa descalça

Saudades de Douro

Esta lua amendoada
Da cor da amendoeira
Quando florescem além mar
Com flores de rara beleza
Cobrindo o manto das águas
Águas de profundeza
São algozes da minha alma
Saudades sinto de Douro
Meu peito dói de rasgar
A minha terra querida
Onde deixei minha vida
Meus amores e um lar

Anna Karenina



http://depressaoepoesia.ning.com/profiles/blogs/saudades-de-douro
Depressão e Poesia...Patrocínio Wego saúde‏

Faltavam rosas...

Faltavam rosas... Eram luzes
Na estrada covas e cruzes
A seca que alastrava
Três caíram ali
Outros quatro naquela vereda
A fome matava
O tempo todo
São almas que agora habitam
Nas estradas
Nas moradas
Campos e encruzilhadas
Era um tempo insensato
Muitos morriam no mato
Eram rosas que faltavam
Eram flores negadas
Por um destino cruel
Sepulturas a beira da estrada

Anna k

Em que você acredita?

Deus existe para 95% dos brasileiros, mas 51% crêem também em mau-olhado. Por Cláudia Soares

Natal é para a maioria dos brasileiros a principal data religiosa, mas, diante de uma sociedade cada vez mais materialista, muitos ignoram o lado espiritual dessa festa e a vêem apenas como uma época de trocar presentes. Há quem diga que as questões religiosas já não despertam tanto interesse, mas será que a sociedade não dá mesmo atenção à vida espiritual? Afinal, a fé é coisa do passado ou não?

Uma pesquisa exclusiva de Seleções, realizada também em 14 países da Europa e na Argentina, investiga quais são as crenças do homem moderno no que se refere ao plano invisível e revela que 95,3% dos brasileiros crêem em Deus.

No Brasil, a pesquisa foi realizada pela Internet com 2.600 pessoas maiores de 18 anos, das cinco regiões do país. A metodologia do levantamento permitiu aos entrevistados refletir sobre suas crenças e responder por escrito a algumas questões.

"Há uma tendência de individualização da espiritualidade no mundo ocidental. As pessoas vivem suas crenças na intimidade, sem vínculos com instituições - por exemplo, lendo textos sagrados ou fazendo meditação em casa", afirma o professor Lísias Nogueira Negrão, coordenador do Centro de Estudos da Religião Duglas Teixeira Monteiro, da USP. E acrescenta: "Por aqui isso é mais acentuado: o brasileiro constrói o próprio cardápio religioso, combinando elementos de diversas religiões. É muito grande o número de pessoas com alguma duplicidade religiosa."

A grande questão "Deus existe?", 95,3% dos consultados deram uma resposta firme e categórica: "Sim."

"Deus, para mim, é uma certeza, um pai amoroso, zeloso, infinitamente justo e bom. Ele nos orienta, mas também nos chama à responsabilidade por intermédio de nossa consciência", diz o espírita Jessé Nunes Queiroz, 45 anos, do Rio de Janeiro.

Dos 16 países pesquisados, a porcentagem dos brasileiros crentes em Deus só é menor do que a registrada na Polônia (97%). A média dos europeus que crêem em Deus é de 71%. (O índice mais baixo é o da República Checa - com apenas 37% - e Portugal é o segundo mais fervoroso - 90% acreditam em Deus -, seguido surpreendentemente pela Rússia, que tem 87% de fiéis, 15 anos após o desmantelamento do regime comunista.) Na Argentina, o índice chega a 74% e nos Estados Unidos, país de tradição cristã, outra pesquisa apurou 79% de crentes em Deus.

Apenas 1,3% dos brasileiros pesquisados foram enfáticos ao responder "Não" à pergunta sobre a existência de um ser supremo. "Deixei de crer há cerca de dez anos, quando me dei conta da realidade do mundo. Não acredito em espiritualidade, e sim na ciência. Acho que para tudo existe uma explicação lógica", defende o ex-católico Danilo Neder, 21 anos, representante de vendas em Friburgo (RJ).

De acordo com o IBGE, nos últimos 40 anos o número dos sem-religião no Brasil saltou de 0,5% para 7,4% da população. A falta de uma religião, no entanto, não significa que o brasileiro esteja se tornando ateu. De acordo com o estudo Mudança de religião no Brasil - desvendando sentidos e motivações, do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris), dos brasileiros que se consideram sem-religião, menos de 1% se diz ateu.

Quarenta e cinco por cento dizem ter uma espiritualidade própria, sem vínculos com instituições. "O estudo mostra que a discordância de princípios, normas e doutrinas leva ao abandono da religião. Dos sem-religião, 80,1% já haviam sido vinculados a uma. Hoje existe a valorização de uma religiosidade independente", ratifica a socióloga Sílvia Regina Fernandes, professora do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Entre os sem-religião que responderam à pesquisa, Wilson Vidurrizaga Teles, 49 anos, não esconde sua decepção com as crenças tradicionais. "Acho que religião está virando um simples comércio. Não vejo necessidade de entrar numa igreja; para mim, é mais sensato me recolher e ler a Bíblia sozinho, na minha casa", afirma o inspetor de qualidade, que vive em Paranaguá (PR).

Se deus tem muitas faces, as definições sobre o que Ele significa para cada pessoa também são infinitas. A maioria dos consultados (65,7%) acha que Deus é amor e, para 59,9%, Ele está presente na natureza. "Para mim, é um ser supremo, algo que não vemos, mas sentimos que existe. É como o ar", define a advogada Marivone Oliveira, 47 anos, de Recife (PE). A maioria também exalta Deus como um ser justo (59,7%); que dá livre-arbítrio (55,7%); que existe em nosso interior (46%); e é uma força impessoal (32,5%).

"Deus é um pai que ama seus filhos e espera que eles um dia cheguem à perfeição, pois assim os criou", escreveu a nutricionista Celina Viezzer, 60 anos, de Porto Alegre (RS).

Cada vez mais exercer a própria fé independe de pertencer a uma religião. Somos mais de 125 milhões de batizados na religião católica, segundo números do censo de 2000, mas, de acordo com estudo do Ceris, somente 29,3% declaram ir à missa pelo menos uma vez por mês.

"Já freqüentei muito a missa, mas hoje meu contato com Deus é direto: a qualquer momento que quiser, posso orar", diz o jornalista Luiz Ari Teixeira, 49 anos, de Ponta Grossa (PR).

Em outros países de grande tradição católica, como a Irlanda ou a Polônia, que também contam com uma significativa maioria de pessoas batizadas no catolicismo, mais de 60% delas vão regularmente à missa.

Para os brasileiros, a vida cotidiana da fé se expressa em outro leque de possibilidades muito amplo, que se estende bem além das paredes de um templo.

"Raramente vou à missa, mas não vivo sem Deus. Agradeço a Ele ao acordar, várias vezes durante o dia e ao me deitar. Aprendi a não me queixar da vida: sei que Deus sabe o que faz e sempre nos favorece", afirma a universitária Goretti Andrighetti, 37 anos.

Esse testemunho coincide com o de muitos outros consultados na pesquisa, que, embora não participem ativamente de um culto, dedicam parte de seu tempo à vida interior e espiritual. Basta ver que 93,7% acreditam no poder das orações.

Mas se a pesquisa de Seleções não deixa dúvidas de que Deus existe para quase todos os brasileiros, ela também mostra alguns traços particulares de nossa religiosidade: num país 74% católico, somente 58,2% acreditam na vida após a morte. "Deus para mim é tudo, mas acho que a vida só tem significado se houver outra após esta aqui. As pessoas que a gente ama, e que já morreram, devem estar olhando por nós", pondera o católico Maurílio Pedro Leite, 39 anos, fiscal da Secretaria da Fazenda, de Penha (SC). Já o veterinário Marcos Paulo Pinheiro, 30 anos, de Salvador (BA), é como São Tomé: "Creio em Deus e agradeço a Ele tudo o que me acontece de bom, mas para mim a gente nasce, cresce, se reproduz e morre. Depois, acabou. Precisaria ver para acreditar que existe vida após a morte."

A sondagem revelou ainda que mais da metade dos internautas consultados crê na força do destino (52,9%) e em mau-olhado (51,5%).

"A fé dos brasileiros não está num Deus transcendental que protege e cobra um comportamento ético. Há uma expectativa mágica em relação a Deus, daí podermos coagi-lo com promessas, oferendas ou gestos como bater na madeira", explica o professor Eurico Gonzalez dos Santos, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.

Metade dos participantes afirmou acreditar que o Céu, ou Paraíso, é uma realidade e que os espíritos do bem existem; e um número muito próximo (48%) crê também na existência de espíritos malignos.

"Eu acredito em tudo: espíritos, feitiçaria, horóscopo e até em simpatias, que já fiz e funcionaram. Às vezes também acendo uma vela para meu anjo da guarda", confessa a artesã Verônica Quintana, 21 anos, de Foz do Iguaçu (PR).

O rol de crenças não pára por aí: 38% dos consultados acreditam em passes (ato de passar as mãos repetidas vezes diante ou acima de uma pessoa, com o objetivo de magnetizá-la ou curá-la pela força mediúnica) e em previsões do futuro por meio de: horóscopo (22,6%), quiromancia (16,3%) e tarô (15,9%).

Você crê em Deus? Sim.
Polônia - 97%
Brasil - 95%
Portugal - 90%
Rússia - 87%
Áustria - 84%
Espanha - 80%
Suíça - 77%
Argentina - 74%
Finlândia - 74%
Hungria - 73%
Alemanha - 67%
Reino Unido - 64%
França - 61%
Bélgica - 58%
Países Baixos - 51%
República Checa - 37%

Você crê em vida após a morte? Sim.
Polônia - 81%
Áustria - 67%
Suíça - 64%
Espanha - 60%
Brasil - 58%
Reino Unido - 58%
Portugal - 57%
Finlândia - 51%
Rússia - 51%
França - 45%
Países Baixos - 45%
Alemanha - 43%
Hungria - 43%
Bélgica - 37%
República Checa - 36%

Eu creio num Deus que...
É amor - 65%
Está presente na natureza - 60%
É justo - 59%
Nos dá livre-arbítrio - 55%
Está presente no interior do homem - 46%
É uma força impessoal - 32%
Recompensa os bons e castiga os maus - 14%
É uma pessoa - 7%

O brasileiro acredita em...?
Poder das orações - 93%
Mau-olhado - 51%
Poder dos passes - 38%
Horóscopo - 22%
Bruxaria e feitiços - 21%
Quiromancia - 16%
Tarô - 16%
Correntes de e-mails - 10%


http://www.selecoes.com.br/em_que_voc%C3%AA_acredita


http://depressaoepoesia.ning.com/profiles/blogs/em-que-voce-acredita

O NORDESTINO


EM SEU ROSTO A GRAVIDADE DE LEVAR A SÉRIO A VIDA.
QUEIMADO PELO SOL ESCALDANTE
SUA PELE MORENA, BRILHA COM O FRESCOR
DE MUITAS MADRUGADAS
NEM SEMPRE FOI FÁCIL ,VIVER POR AQUELAS BANDAS
A SECA,DESTRUIU MUITOS SONHOS
MAS ELE NÃO ESMORECE
NA PRIMEIRA ALVA SE LEVANTA
PRA MAIS UM DIA DE LABUTA
PRIMEIRO CUIDA DO GADO

DEPOIS ,VAI NAS CATINGAS ROÇAR O MATO BRUTO

LUGAR PARA CRIAR SEUS ANIMAIS
QUE SÃO SUA HERANÇA E SEU GANHA PÃO

OLHA PRO CÉU E NÃO GOSTA DO QUE VÊ
A NOITE, UMA REDOMA AMARELADA NA LUA
E AGORA NO AMANHECER UMA FINA GAROA CAI DO CÉU
INDICANDO AUSÊNCIA DE CHUVAS
PERDEU AS TROVOADAS DE SÃO JOSÉ
AGORA, RESTAM AS CHUVAS DE SETEMBRO

QUANDO HÁ LUA NOVA,NA SUA CRENDICE A SAÚDA
COM A ESPERANÇA DA LUA OUVIR SEUS APELOS POR BOM TEMPO
TUDO QUE ELE PRECISA PRA SOBREVIVER ,COM SUA FAMÍLIA É A CHUVA
E MUITAS VEZES ELA NÃO VEM...
AS PLANTAÇÕES DE MILHO MURCHAS E SECAS, VIRAM COMIDA DOS ANIMAIS
O QUE PLANTOU DE MOMENTO.
PERDEU TUDO...
VOLTA A COMPRAR
TUDO CARO...
VINDO DE OUTRAS TERRAS
MAS NÃO DESANIMA...
SABE QUE DIAS CHUVOSOS VIRÃO
SABE QUE DEUS, NA SUA INFINITA BONDADE
O ACUDIRÁ...
FAZ NOVENAS COM OUTROS VIZINHOS
REZAM POR UM TEMPO DE COLHEITAS FARTAS
ESPERAM PELA MÃO DIVINA.

E NUNCA ENTREGAM A ESPERANÇA
ASSIM É NO SERTÃO...
ASSIM É A VIDA DO SERTANEJO....
POVO PACATO E TEMENTE AOS FENÔMENOS DA NATUREZA
NUNCA CULPAM DEUS POR NADA...
POR ISSO ,NUNCA ESTÃO SÓS SEM A PRESENÇA DELE.

ANNA K

um tempo de tempos

Somos reversos de medalhas
De prata falsa
De pura lata
Somos a existência do não
Somos arredios corações
Insensatos seres da mata
E da escuridão
Somos almas
Sem calma
Sem abnegação
Na luta
Na fila do trigo
Somos inimigos
De mãos dadas
Esperando o pão


Anna Karenina
Poetisa descalça

a beira do lago

Quando acordei
Estava deitada a beira do lago
Esperando o amanhecer

Foram muitos os caminhos
Que adentrei
Naquele passado dia

Eu era a harmonia
E o clarão da alegria
De repente fez- se sombras

Trevas
Uivos de lobos
Estranha a terra está
Nada de bom aqui

Somente a sensação
Esmagadora da força negativa

Levantei-me
Ainda atordoada
Olhei ao redor
Flores do pó

E serpentes em tocaia
Lembrei que minha alma
Não tinha morrido
Corri para salva- la
E a levei ao lugar do sossego

Porem com medo
De ela desistir
De mim


Anna Karenina

Mudanças no coração

foto web

Avancei muito
Cheguei a ir além das estrelas
Fui companheira do sol
Entrei na magia
A via láctea me escondia
Dos perigos dos raios negativos

Tive o brilho da lua
Eu vivia quase nua
Entre estrelas e constelações
Perdi o medo de tudo
Compreendi a dor do mundo
E a alegria de renascer

Agora desci do infinito
E corri nos vales sinistros
Esperando
Compreensão
Mudanças no coração

Anna Karenina

JANELAS PARA A VIDA

Ensaio Sobre a Cegueira

Sai sem ninguém notar
Entrei pela porta dos fundos
Algo a me incomodar
A luz dos meus olhos a faltar
Sem ela eu viverei?
Na escuridão tombarei?
Não irei me acostumar
Reagir é a forma de fugir
Sem avisar
Entrar no túmulo em vida
Seguir as brumas da noite
Em pântanos desconhecidos
Sentir no rosto o açoite
De ventos ainda escondidos
A preciosidade que perco aos poucos
Não valorizei atè então
Se viver for assombroso
E então?
Viva a escuridão...
Viva a luz que falta
Um centésimo já me basta

Anna Karenina